Em breve, as bancárias vítimas de violência poderão contar com um canal de atendimento oferecido pelos bancos. A medida é fruto de um acordo dos bancários firmado em 11 de março com a Fenaban com prazo de implementação até quarta-feira 8 de abril. Em tempos de quarentena para a contenção da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), em que parte das funcionárias estão em casa, se faz mais que essencial um apoio como este. O sigilo é garantido.
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Exemplo disso é que, de acordo com o Plantão Judiciário da Justiça do Rio de Janeiro, houve um aumento expressivo de 50% no movimento e nos números dos últimos dias de março. Na maioria dos casos, o agressor era o parceiro da vítima. O confinamento acirra emoções e transtornos como depressão, agressividade e ansiedade.
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Perguntas e Respostas sobre o Coronavírus nos bancos
Desde março do ano passado em pauta, a reivindicação pelo canal de apoio a bancárias vítimas de violência nos bancos surgiu a partir dos relatos de bancárias da base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que eram vítimas de violência doméstica. Isso sensibilizou a dirigente sindical, conselheira fiscal da Afubesp e bancária do Santander, Silmara da Silva, que resolveu pesquisar a questão mais a fundo.
“Depois que tive contato com essas bancárias, quis muito achar uma maneira de ajudá-las. Então, como eu teria que fazer meu trabalho de conclusão de curso na faculdade, resolvi pesquisar o tema para construir um mecanismo de proteção e auxiliar no tratamento do problema de conscientização coletiva”, conta.
Segundo ela, a princípio, pensou em questionar o RH dos bancos para saber como lidavam com a questão, mas não obteve resposta. “Resolvi mudar a estratégia e entrevistar os gestores e as bancárias vítimas. Foi chocante”, relata Silmara. “O relato das bancárias sobre o tratamento recebido nos bancos mostrou a falta de formação e conhecimento por parte dos gestores.”
Com o comprometimento dos bancos com a implementação do projeto, os gestores serão treinados para o acolhimento das bancárias. Algumas das sugestões do Comando Nacional dos Bancários aos bancos foram a sensibilização de gestores para o problema, com a realização de um curso específico sobre violência doméstica para ajudar a reconhecer os primeiros sinais nas vítimas,; e ainda que os bancos providenciem assistência jurídica, horários flexíveis às vítimas, sigilo das denunciantes, entre outros.
A criação deste canal se faz mais que necessário em razão da pandemia. “O isolamento social, infelizmente, acaba ampliando o controle psicológico dos agressores sobre as mulheres, podendo aumentar o risco no número de feminicídios”, completa Silmara.
Não irão nos calar!
Desde setembro do ano passado, o Sindicato dos Bancários de São Paulo realçiza o projeto “Basta! Não irão nos calar”, que oferece atendimento jurídico a mulheres vítimas de violência, em parceria com a Rede Municipal de Enfrentamento à Violência Doméstica, auxiliando as vítimas em questões cíveis (divórcio, guarda, pensão, danos moral ou estético, entre outras) e penais (medidas protetivas e demais ações da Lei Maria da Penha).
Por conta da pandemia, este atendimento atualmente é feito via Central de Atendimento do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que também atende por chat ou no telefone 4949-5998.
Boletim de ocorrência eletrônico
A Polícia Civil do Estado de São Paulo disponibilizou site para que as mulheres vítimas de violência doméstica façam o boletim de ocorrência online por conta das medidas de isolamento. Clique aqui para acessar.
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