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Chapéu
Campanha dos Bancários 2022

Fenaban apresenta proposta indecente: reajuste de apenas 65% da inflação

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Mesa da Campanha dos Bancários desta sexta-feira 19: Fenaban apresenta proposta indecente, de reajuste abaixo da inflação

A Fenaban, que representa um dos setores mais lucrativos e rentáveis da economia brasileira, apresentou uma proposta indecente na mesa de negociação desta sexta-feira 19: reajuste de apenas 65% da inflação (INPC) para todas as reivindicações econômicas, incluindo salários, vales refeição e alimentação e PLR.

A expectativa de INPC em 31 de agosto é de 8,95%, portanto, o índice de reajuste proposto pela Fenaban seria algo em torno de apenas 5,82%, com perda real para os trabalhadores de 2,9%. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na mesa e a negociação continua na segunda-feira 22.

“Um verdadeiro absurdo! Os lucros dos cincos maiores bancos somaram R$ 56,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, ou seja, cresceram 14,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, com rentabilidade de 18%. São os bancários que constroem esses resultados, com trabalho árduo, sobrecarga, pressão para o cumprimento de metas inalcançáveis, e a Fenaban propõe reajuste abaixo da inflação?! Não aceitamos isso e a categoria já está se mobilizando nas redes e nas ruas. Queremos aumento real e reajustes maiores na PLR e nos tickets. Queremos proposta decente!”

Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

Na consulta à categoria bancária, 92% destacam o aumento real como prioridade, 61% o reajuste diferenciado no VA e VR e 58% destacaram aumento na PLR.

Mobilização nas redes e nas ruas

Diante da proposta absurda da Fenaban, os sindicatos de bancários de todo o país farão protestos nas redes sociais e nas ruas nesta segunda-feira 22.

“O nosso Sindicato estará em agências e concentrações bancárias alertando os trabalhadores contra essa proposta desrespeitosa. É a nossa mobilização e união que nos fortalece, e vamos mostrar aos bancos que não aceitaremos reajustes abaixo da inflação. Chamamos todos os bancários e bancárias a se manifestarem nas redes sociais, utilizando a hastag #DESRESPEITO e marcarem a @Febraban.”

Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato
https://fb.watch/e-E1BhkJUz/

Bancos exploram trabalhadores, mas valorizam executivos

Os resultados excepcionais dos bancos só são usufruídos pelos altos cargos: a remuneração per capita anual da Diretoria Executiva dos maiores bancos tem previsão de atingir R$ 8,9 milhões por diretor(a) em 2022, com crescimento de 11,1% em relação a 2021, e 132 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário, incluindo salário, 13º, férias, tickets e PLR.

De 2003 a 2019, o lucro líquido real dos bancos subiu 222%, mas a remuneração média real dos bancários subiu apenas 12% no mesmo período.

PLR é fatia cada vez menor do lucro

Desde 1997, a PLR do cargo de caixa teve aumento real de 126%, enquanto que o crescimento real do lucro dos bancos, no mesmo período, foi de 359%, ou seja, 2,85 vezes mais do que o valor da PLR.

A fatia do lucro distribuída aos trabalhadores foi caindo ao longo dos anos, apesar de novas conquistas como os reajustes nos valores, mudanças nos parâmetros e introdução da parcela adicional.

Em 1995, quando a PLR foi clausulada na CCT dos bancários, os grandes bancos distribuíam cerca de 14% dos seus lucros, mas em 2021, os três maiores bancos privados distribuíram em média 6,6% de seus lucros, sendo que a distribuição da regra básica está próxima de 5% e da parcela adicional próxima de 1,6%, portanto muito abaixo dos 2,2% previstos na CCT.

Poder de compra do VA e VR caiu

Diante da inflação galopante no governo Bolsonaro, o poder de compra dos vales alimentação e refeição dos bancários caiu muito.

Alimentação no domicílio teve alta de 16,73% em doze meses, com alguns produtos básicos subindo intensamente, como cenoura (86%), tomate (66%), café (62%), leite (37%) e feijão (30%).

A cesta básica calculada pelo Dieese para a cidade de São Paulo está em R$ 760,45, em julho, e está 4,6% acima do valor do auxílio alimentação da categoria (R$ 726,71). A cesta básica teve variação de 18,73% em um ano, 50% desde o início da pandemia e 73% desde início do governo Bolsonaro.

A Inflação de alimentos fora do domicílio teve variação de 6,82%. Segundo pesquisa ABBT (Associação Brasileira de Empresas de Benefícios ao Trabalhador), o valor médio da refeição fora de casa no Brasil é de R$ 40,64 e na região Sudeste - onde está 60% da categoria bancária - o valor médio é de R$ 42,83, acima do vale refeição da categoria, que está em R$ 41,92.

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