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Chapéu
Campanha dos Bancários 2022

Fenaban enrola mais uma vez e bancários vão às ruas nesta sexta cobrar proposta já!

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Fenaban enrola mais uma vez e não apresenta proposta global na mesa de negociação desta quinta 18

Atualização: em nova mesa de negociação, nesta sexta 19, a Fenaban propôs diminuir e congelar a PLR dos bancários; e reajuste de apenas 65% da inflação, com perda salarial de 2,9% nos salários dos bancários. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta. Negociação continua na segunda-feira 22. Saiba como foi a negociação desta sexta 19.

Na mesa desta quinta-feira 18, a 11ª rodada de negociação da Campanha dos Bancários 2022, a Fenaban frustrou mais uma vez os trabalhadores ao não apresentar uma proposta global e nem respostas para as reivindicações econômicas da categoria, que quer aumento real, maior participação nos lucros (PLR) e reajustes maiores no VA e VR.

O Comando Nacional dos Bancários reforçou na mesa que a categoria está ansiosa por respostas para as reivindicações econômicas, e que com o fim da ultratividade – princípio que mantinha a validade de um acordo trabalhista até que outro fosse assinado – essas respostas se tornam ainda mais urgentes, uma vez que a CCT da categoria tem validade até 31 de agosto.

“Esperávamos que os bancos apresentassem uma proposta geral na mesa de hoje, mas não veio novamente. Não há justificativa para isso, uma vez que nossa pauta está com eles há mais de dois meses e já temos os números necessários para as respostas às reivindicações econômicas: os bancos já estão fechando seus balanços e já temos uma projeção mais precisa da inflação (INPC). Amanhã teremos uma nova rodada de negociação, a partir das 10h, e esperamos que dessa vez venha a proposta. Também faremos uma grande mobilização nacional amanhã cobrando proposta global já!”

Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

Dia Nacional de Luta nesta sexta 19

A categoria fará, nesta sexta-feira 19, Dia Nacional de Luta, nas ruas e nas redes sociais, cobrando proposta global da Fenaban, que atenda as principais reivindicações dos bancários.

“Faremos uma mobilização nacional cobrando proposta global já! É o trabalho árduo dos bancários e bancárias que constrói os lucros sempre astronômicos dos bancos, portanto, queremos que os trabalhadores sejam valorizados como merecem”, reforça Ivone.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo irá percorrer agências e departamentos de todas as regiões de sua base, arrecadando alimentos que depois serão distribuídos à população carente.

“Vamos arrecadar doações de alimentos, e quem quiser participar deve entrar em contato com o Sindicato (veja links abaixo). Se os bancos, mesmo com lucros nas alturas, não têm pressa para dar respostas às nossas reivindicações econômicas, faremos um ato social para chamar atenção para a carestia, para o aumento da fome entre a população. Se eles não se preocupam com seus trabalhadores, mostraremos que nós nos preocupamos com a sociedade.”

Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato, que participa das negociações com a Fenaban

Além dos atos nas ruas, haverá mobilização nas redes sociais das 9h às 10h. O Comando dos bancários orienta o uso da hashtag #TáEsperandoOQuê? e a marcação da Febraban (@Febraban) nas postagens.

Avanços no teletrabalho e combate aos assédios moral e sexual

Na mesa desta quinta, houve alguns avanços para o teletrabalho e o combate aos assédios sexual e moral. Os textos dessas cláusulas devem ser apresentados nas próximas mesas de negociação, mas o Comando Nacional dos Bancários destacou que ainda faltam pontos essenciais para os dois temas.

Para o teletrabalho, ficou acertado que haverá igualdade de tratamento entre bancários em regime presencial e bancários em home office. Os bancos também concordaram em clausular o controle da jornada no teletrabalho. E também foi acordado que os equipamentos necessários ao trabalho remoto serão disponibilizados pelos bancos em comodato, ficando o empregado responsável pela sua guarda, conservação e devolução. Ficou acertado ainda o direito à representação coletiva, com acesso dos sindicatos aos empregados que estiverem no teletrabalho.

Mas ainda ficou faltando um ponto importante que é a ajuda de custo para quem trabalha remotamente.

“Avançamos mais no teletrabalho, mas ainda não houve acerto sobre a ajuda de custo que é necessária para os bancários e bancárias que trabalham de casa, e veem suas contas de energia elétrica, água e internet aumentarem por conta disso”, destacou Ivone Silva.

Assédio sexual

Também houve avanços para a construção da cláusula de combate ao assédio sexual, que já havia sido discutida na terceira rodada, em 6 de julho.

As partes declaram repúdio ao assédio sexual; e a Fenaban concordou em realizar comunicação/sensibilização sobre o tema entre os trabalhadores, inclusive conversando com entidades que atuam na área como o Instituto Maria da Penha.

A Fenaban também concordou em clausular o canal de denúncias lançado em 2020, mas não disse que seria bipartite, e o Comando reforçou a necessidade da participação dos sindicatos na gestão desse canal.

O Comando também cobrou outros pontos importantes, como proteção à vítima e punição do assediador. Haverá redação da cláusula a ser apresentada nas próximas reuniões.

Assédio moral

“Os bancos, pela primeira vez em muitos anos, aceitaram discutir a questão das metas abusivas, e isso foi sem dúvida um avanço. Mas não entramos em acordo com o modelo apresentado hoje. Deixamos claro que queremos melhorias no combate às metas e no assédio moral e esperamos que apresentem uma proposta melhor nas próximas rodadas”, disse Ivone.

Saiba como foram as rodadas anteriores:

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Estamos na fase 4 da Campanha, assista ao vídeo:

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