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Chapéu
Contrato de trabalho absurdo

Santander intensifica terceirização no Quarteirão de Investimentos

Imagem Destaque
Arte em desenho composta por figuras humanas ao fundo, e com o text "terceirizção não!" em primeiro plano

O Santander segue intensificando seu processo de terceirização. O banco está demitindo todos os bancários remanescentes do Quarteirão de Investimentos (QI) e recontratando-os pela Santander Corretora – empresa terceirizada do conglomerado espanhol – com um contrato de trabalho que contém cláusulas desvantajosas.

“A fim de aumentar ainda mais seus lucros, o Santander vem acentuando o processo de terceirização, reduzindo salários, precarizando as relações de trabalho, e ainda impõe um contrato de trabalho absurdo que prejudica trabalhadores e clientes. Uma situação que evidencia toda a ganância da direção brasileira do banco espanhol e o seu total descaso e desrespeito com os trabalhadores e clientes brasileiros, que respondem por 28% do lucro global do conglomerado espanhol. Uma situação que não ocorre na Espanha. Mais uma vez o banco espanhol mostra que enxerga os empregados brasileiros como pessoas de segunda classe.”

André Camorozano Félix, dirigente sindical e bancário do Santander

Os bancários demitidos ou que serão terceirizados devem entrar em contato com o Sindicato para orientações. Veja contatos no final deste texto.

Contrato de trabalho com cláusulas absurdas

O contrato que o banco está oferecendo para mudança de empresa propõe salário fixo de R$ 1,5 mil – valor muito inferior à média recebida atualmente – mais bonificação de oito parcelas de R$ 5 mil, que não serão devidas em caso de rescisão contratual anterior ao vencimento das parcelas, apenas a proporcional ao mês da eventual demissão da Santander Corretora.

Além disso, o novo contrato impõe uma cláusula que determina que, em caso de demissão por qualquer motivo, os clientes da carteira não poderão ser abordados pelo funcionário demitido por um prazo de 24 meses a partir da rescisão contratual. E o descumprimento desta cláusula incidirá em multa de R$ 100 mil, a ser paga em cinco dias, a contar do recebimento da comunicação pela Santander Corretora.

Outra cláusula determina ainda que o empregado que aceitar o contrato será elegível ao programa de remuneração variável atrelado a participação nos resultados semestral, de acordo com o desempenho individual e “conforme regras previstas em regulamento vigente”.

Bancários indignados

Os termos do contrato de trabalho causaram perplexidade e revolta entre os bancários.

“O que eu fiquei indignada é que eles não especificam no contrato a promessa de remuneração variável de 30% sobre a receita positiva. Colocam apenas remuneração vigente, mas qual é a vigente, porque eles mudam a regra a qualquer momento, e com esse contrato não temos respaldo”, diz uma bancária.

“Outro detalhe é a ameaça de multa se abordarmos os clientes, é natural que o cliente questione a saída e manifeste o desejo de muitas vezes seguir o assessor devido a confiança adquirida”, acrescenta a trabalhadora.

“Achei absurdo porque estão nos coagindo a assinar algo para usar contra nós. Eu tenho por exemplo muitos clientes (…) que me adoram e aí se eu saio do banco e o cliente resolve sair também, eu vou ser responsabilizada por ele estar na minha carteira”, protesta uma trabalhadora.

“Como é que o banco coloca em um contrato uma multa me coagindo de que vai me aplicar uma multa se o cliente em algum momento resolver ir embora do banco também?”, questiona outra funcionária.

Terceirização no Santander

O QI já vinha sofrendo um processo de terceirização. Dos 400 bancários que a área tinha em dezembro de 2019, agora restam cerca de 200. Segundo informações apuradas pelo Sindicato, entre esta quarta-feira 3 e quinta-feira 4 serão demitidos mais de 100 empregados do setor.

Sindicato na luta contra reestruturação e terceirizações

O movimento sindical vem realizando uma série de protestos e paralisações desde o início do ano em reação à reestruturação que o Santander vem promovendo – e que está resultando em demissões e na terceirização de diversos setores; na extensão do horário de atendimento gerencial; e na extinção dos cargos de gerentes de atendimento. No dia 26 de julho, os sindicatos intensificaram as atividades para incentivar a direção do banco a dialogar.

“É importante que os bancários continuem participando e apoiando estas mobilizações a fim de fortalecer a resistência a este cenário que só traz prejuízo aos empregados, e concentra ainda mais os lucros nas mãos da direção e dos acionistas do banco”, afirma André Camorozano.

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