Bancários de todo o país protestaram nesta quinta-feira 21 contra a Medida Provisória (MP) 905/2019, que atinge diretamente os direitos da categoria. A MP foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 11 de novembro e altera cerca de 60 artigos e 150 dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), além de revogar outros 37. A medida está sendo encarada como um aprofundamento da reforma trabalhista, atacando ainda mais os direitos dos trabalhadores.
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Na base do Sindicato (que engloba São Paulo e mais 15 municípios da sua região metropolitana) foram realizadas assembleias nos locais de trabalho no Telebanco do Bradesco, em Santa Cecília, e em agências nas regiões da Praça Oswaldo Cruz, Itaquera, Avenida Faria Lima, Praça Floriano Peixoto e no centro de Osasco.
“Os protestos organizados pelos sindicatos reforçaram para os bancários que a MP não resultará apenas em aumento da jornada de trabalho de seis para oito horas. São 44 horas semanais. Mesmo que não abram aos sábados, os bancos poderão exigir que os bancários trabalhem mais quatro horas durante a semana sem ganhar nada a mais. Além disso, a MP libera o trabalho aos domingos, sem que os trabalhadores ganhem em dobro, como exigia a lei até então, permitindo que os trabalhadores fiquem até um mês sem folgar em finais de semana cheios, além de excluir os sindicatos das negociações sobre PLR”, alerta Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Bradesco.
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Sindicato reunirá com Fenaban na terça 26
O Sindicato não aceitará que os bancos implantem a MP 905/2019 e, em reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada no dia 14 de novembro, o Comando Nacional dos Bancários conquistou o adiamento da implantação da MP pelos bancos até a próxima reunião, agendada para esta terça-feira 26. E propôs o compromisso de um aditivo à Convenção Coletiva da Categoria (CCT) que impeça os efeitos da medida sobre a categoria.
“É essencial que toda a categoria se envolva na mobilização, converse com os colegas nos locais de trabalho e com os clientes nas agências, se mantenha informado sobre as reuniões e assembleias que o Sindicato irá convocar e cobre dos deputados e senadores para que votem contra essa medida provisória que trará prejuízos à categoria bancária, também a outros trabalhadores e até a aos desempregados com a taxação do seguro-desemprego. Essa cobrança aos parlamentares é fundamental para enterrar essa MP”, alerta Neiva.