Em continuidade aos protestos contra o grande número de demissões no Santander, especialmente de bancários adoecidos e próximos da aposentadoria, o Sindicato realizou, nesta quinta-feira 5, um protesto em importantes pontos de circulação de pessoas da capital paulista. Dirigentes exibiram faixas denunciando as demissões, o lucro gigantesco do banco, as altas tarifas e taxas de juros, a ausência de contrapartida para a sociedade e o adoecimento dos trabalhadores (veja a galeria de fotos no final da matéria)
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“Realizamos grandes protestos na semana passada e as demissões continuaram. As tentativas de negociar com o banco a reintegração de trabalhadores, inclusive com laudos médicos comprovando o adoecimento, não tiveram sucesso. Diante dessa intransigência do banco, fomos para as ruas denunciar para a população essa postura cruel do banco com os seus trabalhadores”, relata a diretora do Sindicato e bancária do Santander, Lucimara Malaquias.
Até setembro, o Santander atingiu lucro de R$ 10,8 bilhões, resultado 20,4% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Somente com o que arrecada com tarifas, receita secundária, o banco cobre em 199% as suas despesas com pessoal, incluindo a PLR. O Brasil segue liderando o resultado global do grupo espanhol, com 29% de todo o lucro no mundo.
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“Caso o banco não recue dessa postura, os protestos serão cada vez maiores. Não podemos aceitar que demissões sejam naturalizadas como uma prática habitual de gestão do banco” enfatiza Lucimara.
A diretora do Sindicato comenta ainda que a receptividade da população com o protesto foi muito positiva.
“As pessoas paravam para tirar fotos com faixas, buzinavam em apoio. No Brasil, um país no qual são cobrados tarifas e juros extorsivos, todos já tiveram experiências ruins com bancos. A população não só reconhece que os bancos são o setor mais lucrativo da economia, mas também sabem que a gestão dos bancos massacra os bancários e os trata como meros números, descartáveis. Uma gestão que não prejudica apenas os bancários, mas toda a sociedade. Com as demissões, o Santander onera a Previdência Social, contribui para já elevada taxa de desemprego e precariza o atendimento. Uma empresa que opera como concessão pública deveria ter responsabilidade social e oferecer contrapartidas para a sociedade, e não o contrário”, conclui.
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