Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Luta continua!

Sindicato paralisa CT do Itaú em novo protesto contra demissão em massa

Imagem Destaque
Foto da fachada do Centro Tecnológico do Itaú, onde se vê faixa do Sindicato e vários bancários na porta do prédio que foi paralisado pelo Sindicato

A mobilização contra a demissão em massa promovida pelo Itaú continua. Nesta segunda-feira 29, logo nas primeiras horas da manhã, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região paralisou o Centro Tecnológico (CT), na Mooca, zona leste da capital. O prédio abriga o maior complexo tecnológico do banco, onde trabalham cerca de 14 mil bancários e bancárias.

Com faixas e carro som, os dirigentes conversaram com os bancários sobre as 1.175 demissões de trabalhadores em regime de home office, ocorrida em 8 de setembro. Esses trabalhadores foram vigiados sem transparência e não tiveram nenhum alerta ou feedback do banco para que pudessem se justificar ou corrigir comportamentos antes da demissão. Essa situação tem deixado apreensivos todos os funcionários do Itaú que trabalham em regime híbrido.

“A paralisação do CT é a continuidade da nossa luta contra a demissão em massa promovida pelo banco. Já paralisamos o CEIC, sede do banco, no dia 17, e semana passada, paramos o BBA. Vamos manter os protestos enquanto as negociações com o banco não avançam. Queremos a revisão dessas demissões, que o banco analise os casos de neurodivergentes e pessoas com problemas de saúde e queremos negociar novas cláusulas no acordo de teletrabalho, quando ele for renovado. Cláusulas que protejam os trabalhadores com regras claras de monitoramento, o que não ocorreu desta vez”, destacou o diretor do Sindicato e bancário do Itaú, Sérgio Francisco.

O dirigente Sérgio Francisco denuncia o desrespeito do Itaú na porta do CT

Entenda o caso

A demissão em massa de 1.175 trabalhadores em regime híbrido ou 100% em home office ocorreu no dia 8 de setembro, sob a alegação de baixa produtividade. O Sindicato imediatamente procurou o banco reivindicando a reintegração desses bancários e criticando a forma como as demissões foram feitas.

Esses funcionários estavam sendo monitorados há seis meses, segundo o próprio banco, mas não sabiam disso e não receberam qualquer advertência ou feedback. O Itaú também não comunicou previamente a medida com o Sindicato, desrespeitando o processo negocial. Além disso, expôs publicamente os demitidos, de forma vexatória, o que pode prejudicá-los no mercado de trabalho.

O Sindicato já teve reuniões com o Itaú e com a Fenaban para discutir o caso, mas ainda sem avanços. Também realizou plenárias (uma no dia 11 e outra no dia 24) com os trabalhadores do Itaú demitidos e da ativa, que estão preocupados com o futuro do home office no banco.

Lucimara Malaquias: "Não podemos naturalizar um monitoramento sem consentimento prévio, do ambiente privado das pessoas

“Não podemos naturalizar um monitoramento sem consentimento prévio, do ambiente privado das pessoas. Queremos resguardar os direitos dos trabalhadores e o respeito à privacidade, e a transparência dos critérios e regras estabelecidos”, defendeu a secretária-geral do Sindicato, Lucimara Malaquias, que também participou do ato desta segunda.

Serginho: "Muitos dos demitidos tinham boa performance ou estavam em áreas de reestruturação"

“Muitos dos demitidos tinham boa performance no banco e tinham recebido promoções recentes, outros estavam em áreas que passavam por reestruturação, e por isso, estavam sendo subaproveitados. Ou seja, haviam casos e casos e o Itaú não deu qualquer oportunidade para que esses trabalhadores pudessem se defender. Trata-se de um desrespeito. Vamos continuar nos mobilizando”, declarou o diretor da Fetec-CUT/SP, Sérgio Lopes, o Serginho.

seja socio