Na 13ª rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada dos Bancários (campanha salarial), nesta segunda 22, os bancos apresentaram mais uma proposta rebaixada: reajuste de apenas 7,19% nos vales alimentação e refeição, que corresponde a apenas 81% da inflação geral (INPC, cuja estimativa é de 8,88%) e cobre somente 43% da inflação dos alimentos acumulada em 12 meses.
Com esse reajuste, o VR, hoje em R$ 41,92 por dia, teria um aumento de apenas R$ 3 por dia; e o VA teria um acréscimo de apenas R$ 52,25 por mês, passando dos atuais R$ 726,71 para R$ 778,96.
Esses R$ 3 a mais por dia no VR não daria nem para um cafezinho, que hoje custa em média R$ 4,23. E a expectativa é que na data base da categoria (1º de setembro) a inflação dos alimentos acumule uma alta de 15,37% (a inflação dos alimentos é quase o dobro da inflação geral). O reajuste proposto representa uma perda de 1,5% em relação à inflação geral e de 7,1% em relação à inflação de alimentos no domicílio.
“Foi um dia inteiro para a Fenaban apresentar mais uma proposta rebaixada. Na primeira parte da mesa, eles propuseram reajuste no VA e VR que cobria apenas 75% da inflação. Aí fizemos uma pausa e na volta eles propuseram reajuste de 81% da inflação, mas ainda insuficiente. Consideramos uma desfaçatez com os bancários, que constroem diariamente os lucros bilionários dos bancos. O Comando rejeitou a proposta na mesa”, informa Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria nas negociações com a Fenaban.
Mobilização nas redes
Na mesa desta segunda 22, os bancos também não apresentaram proposta para reajuste nos salários. A negociação será retomada nesta terça-feira 23, a partir das 14h, e antes disso, a partir das 11h, haverá tuitaço com a hashtag #QueVergonhaFenaban, cobrando proposta decente da Fenaban, com aumento real e reajustes maiores na PLR e nos vales.
Teletrabalho e outras reivindicações
Nesta segunda, os bancos também não apresentaram proposta sobre ajuda de custo para cobrir os gastos que os bancários têm a mais com o teletrabalho. Com relação ao vale-transporte, também não responderam se atenderão a proposta de descontar o percentual de 4% apenas sobre os dias trabalhados presencialmente, e não sobre o mês inteiro.
As negociações também não andaram com relação ao combate ao assédio moral e fim das cobranças abusivas sobre as metas.
Assédio sexual
Com relação à proposta de combate ao assédio sexual, ficou agendada uma reunião para quarta-feira (24), para que ONGs especializadas no tema apresentem propostas que possam ser discutidas.
Saiba como foram as rodadas anteriores:
- Primeira rodada: Bancários e Fenaban definem temas e calendário das mesas de negociação
- Segunda rodada: Em mesa com Fenaban, trabalhadores reivindicam fim das demissões e da terceirização
- Terceira rodada: Negociação com Fenaban conquista avanços no combate ao assédio sexual
- Quarta rodada: Negociação com Fenaban aponta para avanços no teletrabalho
- Quinta rodada: Em mesa sobre segurança, Fenaban mostra descaso com proteção de bancários e clientes
- Sexta rodada: Mesmo diante de dados, bancos negam adoecimento dos bancários em função do trabalho
- Sétima rodada: Com lucro nas alturas, bancos podem atender reivindicações por aumento real e reajuste maior nos tickets
- Oitava rodada: Bancários reivindicam reajuste na PLR, mas banqueiros não apresentam resposta
- Nona rodada: Fenaban apresenta proposta insuficiente para cláusula de teletrabalho
- Décima rodada: Bancos não apresentam proposta sobre metas ou assédio
- 11ª rodada: Fenaban enrola mais uma vez e bancários vão às ruas nesta sexta cobrar proposta já!
- 12ª rodada: Fenaban apresenta proposta indecente: reajuste de apenas 65% da inflação
Saiba tudo sobre a Campanha dos Bancários 2022
Estamos na fase 4 da Campanha, assista ao vídeo: