O movimento sindical bancário brasileiro construiu, ao longo de sua história, uma trajetória marcada pela coragem, pela organização coletiva e pela defesa dos direitos dos trabalhadores.
Em um cenário de profundas transformações no mundo do trabalho, com o avanço acelerado da financeirização, da digitalização e de ofensivas patronais contra direitos históricos, o papel do Sindicato se reafirma como essencial.
É a partir da escuta permanente da base, da mobilização cotidiana e da capacidade de negociação e enfrentamento que a categoria bancária segue acumulando conquistas e apontando caminhos para um projeto de sociedade mais justo, democrático e inclusivo.
Do ponto de vista do movimento bancário, nenhuma conquista é fruto do acaso. Cada avanço resulta diretamente da organização coletiva e da disposição para lutar. Em 2025, enfrentamos muitos desafios, mas também construímos importantes vitórias.
Acordo para os demitidos do Itaú
A luta em defesa dos trabalhadores demitidos em massa pelo Itaú resultou em um acordo que garantiu direitos e proteção social, deixando claro que nenhuma demissão em larga escala pode ser tratada sem resistência sindical. Onde há ataque, há resposta organizada da categoria.
Saúde Caixa
Na Caixa, a defesa da saúde dos empregados foi central. A conquista do reajuste zero nos planos de saúde representou a preservação de um direito fundamental e impediu que mais uma vez os custos recaíssem sobre os ombros dos trabalhadores.
Isenção do IR
Nossa atuação também extrapolou os limites da categoria e dialogou com o conjunto da classe trabalhadora, como na conquista da isenção do Imposto de Renda para salários de até cinco mil reais, uma vitória concreta que melhora a renda de milhões de brasileiros e fortalece a luta por um sistema tributário mais justo e progressivo.
Nubank
A defesa dos bancários do Nubank reafirmou um princípio inegociável do movimento sindical: inovação e tecnologia não podem caminhar junto com a retirada de direitos, a precarização do trabalho ou práticas antissindicais.
Vans na Cidade de Deus
No Bradesco, a conquista das vans para o transporte dos trabalhadores mostrou que dignidade, segurança e condições adequadas de trabalho seguem sendo pautas centrais da ação sindical, mesmo diante de bancos que acumulam lucros bilionários.
UNI
No plano internacional, a participação na reunião da UNI, na Suíça, reforçou a importância da articulação global dos trabalhadores do ramo financeiro. Em um mundo onde as empresas atuam de forma cada vez mais transnacional, a organização sindical também precisa ultrapassar fronteiras para enfrentar estratégias globais de precarização e garantir direitos em escala internacional.
A valorização da memória, da identidade e da história da categoria também esteve no centro das nossas ações. O lançamento do documentário Somos Vanguarda dialoga diretamente com marcos fundamentais da nossa trajetória, como os 33 anos da Convenção Coletiva de Trabalho, os 40 anos da Greve de 1985 e os 15 anos da TVT, instrumentos de luta, comunicação e resistência.
Presente e futuro
Conquistas como a correção da PLR no C6 e a formação Mulheres na TI apontam para um sindicalismo que olha para o presente sem perder de vista o futuro, comprometido com a igualdade de oportunidades e com a ampliação da participação das mulheres em áreas estratégicas do setor financeiro.
Celebrar os 102 anos do Sindicato dos Bancários é reafirmar essa história de luta contínua. Cada direito conquistado carrega a marca da mobilização coletiva, da solidariedade de classe e da confiança na força da organização.
Combatemos muito em 2025 e entramos em 2026 preparados para novas conquistas, firmes, organizados e em movimento, porque a história nos ensina, todos os dias, que somente com luta é possível avançar.