Bancários de todo o país estão mobilizados nas ruas e nas redes nesta terça-feira 23 - Dia Nacional de Luta da categoria e quando também ocorre mais uma negociação com a Fenaban (federação dos bancos) - para cobrar dos banqueiros uma proposta decente para as reivindicações da Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2022 (campanha salarial).
Dirigentes do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região percorrem agências e departamentos bancários de toda a sua base para dialogar e mobilizar os trabalhadores na luta por aumento real, reajuste maior no VR e VA, e PLR com aumento real, entre outras reivindicações da categoria.
Entre os locais visitados estão: Cidade de Deus, Nova Central e Núcleo Leopoldina, do Bradesco; Torre, do Santander; CEIC e CAT, do Itaú; SAC Centro, do Banco do Brasil; e o Centro de Tecnologia da Caixa, localizado em Osasco.
Propostas indecentes
Na negociação da sexta-feira 19, a Fenaban apresentou uma proposta indecente aos bancários: reajuste de apenas 65% da inflação (INPC) para todas as reivindicações econômicas, incluindo salários, vales refeição e alimentação e PLR.
A expectativa de INPC em 31 de agosto é de 8,95%, portanto, o índice de reajuste proposto pela Fenaban seria algo em torno de apenas 5,82%, com perda real para os trabalhadores de 2,9%. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na mesa.
Já na segunda-feira 22, em nova negociação, a Fenaban não trouxe nova proposta econômica global, mas propôs reajuste de apenas 7,19% nos vales alimentação e refeição, que corresponde a apenas 81% da inflação geral (INPC, cuja estimativa é de 8,88%) e cobre somente 43% da inflação dos alimentos acumulada em 12 meses. A proposta foi rejeitada pelos bancários na mesa de negociação.
“Foi um dia inteiro para a Fenaban apresentar mais uma proposta rebaixada. Na primeira parte da mesa, eles propuseram reajuste no VA e VR que cobria apenas 75% da inflação. Aí fizemos uma pausa e na volta eles propuseram reajuste de 81% da inflação, mas ainda insuficiente. Consideramos uma desfaçatez com os bancários, que constroem diariamente os lucros bilionários dos bancos. O Comando rejeitou a proposta na mesa”
Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria nas negociações com a Fenaban
Saiba como foram as rodadas anteriores:
- Primeira rodada: Bancários e Fenaban definem temas e calendário das mesas de negociação
- Segunda rodada: Em mesa com Fenaban, trabalhadores reivindicam fim das demissões e da terceirização
- Terceira rodada: Negociação com Fenaban conquista avanços no combate ao assédio sexual
- Quarta rodada: Negociação com Fenaban aponta para avanços no teletrabalho
- Quinta rodada: Em mesa sobre segurança, Fenaban mostra descaso com proteção de bancários e clientes
- Sexta rodada: Mesmo diante de dados, bancos negam adoecimento dos bancários em função do trabalho
- Sétima rodada: Com lucro nas alturas, bancos podem atender reivindicações por aumento real e reajuste maior nos tickets
- Oitava rodada: Bancários reivindicam reajuste na PLR, mas banqueiros não apresentam resposta
- Nona rodada: Fenaban apresenta proposta insuficiente para cláusula de teletrabalho
- Décima rodada: Bancos não apresentam proposta sobre metas ou assédio
- 11ª rodada: Fenaban enrola mais uma vez e bancários vão às ruas nesta sexta cobrar proposta já!
- 12ª rodada: Fenaban apresenta proposta indecente: reajuste de apenas 65% da inflação
- 13ª rodada: Bancos apresentam mais uma proposta absurda: reajuste com perdas no VA e VR
Saiba tudo sobre a Campanha dos Bancários 2022