Nesta segunda-feira 29 - mesmo dia em que ocorre mais uma negociação da Campanha Nacional Unificada dos Bancários (campanha salarial) - a categoria promove Dia Nacional de Luta para cobrar da Fenaban (federação dos bancos) que apresente uma proposta que valorize o trabalhador bancário.
Em São Paulo, dirigentes do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região realizaram atos no CEIC e CAT, concentrações do Itaú; na unidade do Santander da Rua João Bricola; Verbo Divino, do Banco do Brasil; Cidade de Deus, Nova Central e Vila Leopoldina, do Bradesco; e unidade da Caixa, na Sé; entre outros locais.
Durante as atividades, os dirigentes dialogaram com os bancários - que já manifestaram sua rejeição a proposta com perdas apresentada pela Fenaban, em assembleia na sexta 26, na qual participaram mais de 5.500 trabalhadores da base do Sindicato - sobre as reivindicações da categoria como aumento real, PLR com aumento real, e aumento maior no VA e VR.
Proposta indecente
Mesmo com lucros bilionários, os bancos propuseram índice de reajuste para salários abaixo da inflação: de 75,8% do INPC, o que corresponde a 6,73% (considerando a projeção em 8,88% na data-base da categoria) e representa uma perda salarial de 2% para os bancários. A proposta, apresentada na sexta-feira 26, foi rejeitada na mesa pelo Comando Nacional dos Bancários e também pela categoria, em assembleias virtuais realizadas em todo o país.
“A proposta apresentada nesta sexta feira significa retirada de direitos, e isso não iremos admitir. Portanto, a rejeitamos na mesa e foi dado prosseguimento para o estado de assembleia permanente. Os bancários devem continuar acompanhando as negociações e ficar atentos para novas convocações. O Comando vai continuar insistindo nas suas reivindicações, e espera que a Fenaban respeite os trabalhadores e atenda às suas expectativas”
Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários
Índices propostos pela Fenaban para as cláusulas econômicas até o momento:
VA e VR: 100% do INPC
PLR: 100% do INPC
Índice de reajuste salarial: 75,8% do INPC
Saiba como foram as rodadas de negociação até o momento:
- Primeira rodada: Bancários e Fenaban definem temas e calendário das mesas de negociação
- Segunda rodada: Em mesa com Fenaban, trabalhadores reivindicam fim das demissões e da terceirização
- Terceira rodada: Negociação com Fenaban conquista avanços no combate ao assédio sexual
- Quarta rodada: Negociação com Fenaban aponta para avanços no teletrabalho
- Quinta rodada: Em mesa sobre segurança, Fenaban mostra descaso com proteção de bancários e clientes
- Sexta rodada: Mesmo diante de dados, bancos negam adoecimento dos bancários em função do trabalho
- Sétima rodada: Com lucro nas alturas, bancos podem atender reivindicações por aumento real e reajuste maior nos tickets
- Oitava rodada: Bancários reivindicam reajuste na PLR, mas banqueiros não apresentam resposta
- Nona rodada: Fenaban apresenta proposta insuficiente para cláusula de teletrabalho
- Décima rodada: Bancos não apresentam proposta sobre metas ou assédio
- 11ª rodada: Fenaban enrola mais uma vez e bancários vão às ruas nesta sexta cobrar proposta já!
- 12ª rodada: Fenaban apresenta proposta indecente: reajuste de apenas 65% da inflação
- 13ª rodada: Bancos apresentam mais uma proposta absurda: reajuste com perdas no VA e VR
- 14ª rodada: Bancos enrolam mais uma vez e não apresentam proposta de índice
- 15ª rodada: R$ 9 mi garantido para cada executivo em 2022. E para os bancários nada?
- 16ª rodada: Desrespeito! Fenaban volta à mesa sem índice e propõe retirar direitos na PLR
- 17ª rodada: Com lucros bilionários, bancos propõem reajuste abaixo da inflação para salários
Saiba tudo sobre a Campanha dos Bancários 2022
Estamos na fase 4 da Campanha, assista ao vídeo: